COMPARTILHAMENTO, DIVERSIDADE E ECONOMIA DA RECOMENDAÇÃO
Prof. Dr. Marcelo Augusto de Felippes
A virtualidade, como em tudo na vida empresarial, tem pontos positivos e negativos. Muitas empresas não se apercebem que parte do tempo de seus colaboradores são despendidos com ações relacionadas a assuntos pessoais, tais como, acessos ao Facebook, e-mails, WhatsApp, Streamings, etc. Na maioria das vezes, isso ocorre durante as horas de trabalho na empresa, onerando não somente o custo de horas de trabalho, bem como máquinas, energia elétrica e o pior, o custo de oportunidade de um possível grande negócio ou simplesmente a melhoria de um processo. Então, o que fazer para separar o tempo virtual utilizado no interesse da empresa e aquele usado para fins pessoais?
Uma cadeia de suprimento necessita de fluxos de informações virtuais e que seus colaboradores envolvidos nas diferentes fases estejam permanentemente conectados ao mundo digital, o qual catalisa aceleradamente a Economia de Recomendação. As novas gerações que chegam ao mercado de trabalho são as indutoras desse processo irreversível.
Em consequência, cresce no âmbito da sociedade mundial, o entendimento de compartilhamento, diversidade e Economia de Recomendação, que se mescla com a Economia Eletrônica, trazendo oportunidades e ameaças ao mercado, sobrevivendo aqueles que assumirem riscos controlados e atitudes de ajustes da imaginação virtual à realidade do negócio.
Plataformas de compartilhamento estão sendo implementadas com diferentes formatos, aproximando o mundo real e virtual na direção de finalidades específicas. Diariamente aumentam os escritórios compartilhados. As academias de ginásticas se tornam Smart Fit. O Uber, Cabify ou 99 compartilham em plataformas a conquista de passageiros. Isso cria a diversidade na competição no mercado: Taxi X Uber; Academia X Smart Fit, etc. O compartilhamento de Streamings, Internet, TV a Cabo, energia elétrica e outros acessos diversos serão um só dispositivo: uma simples tomada. A diversidade é inevitável e aumentará ainda mais a cada dia e trará uma nova ordem de negócios pouco a pouco, mudando e inserindo novos hábitos de consumo. Não há limites e podemos chegar um momento de um controlador e muitos executores, como por exemplo, um grupo controlador de todas as empresas aéreas, mantendo algumas marcas; um grupo controlador das redes de hospitais e vários estabelecimentos atendendo à necessidades da sociedade; um grupo construtor aeronáutico, vários executores no mundo...mantendo assim a diversidade de marcas, mas um único controlador das plataformas de compartilhamento virtuais. E o que acontecerá com o dinheiro virtual? Ainda não se sabe como, mas a história que vem das protomoedas e passou por várias evoluções, chegando ao papel moeda controlada por governos, inicia um período de ameaça monetária. Com a moeda eletrônica, que ainda não são as atuais BTC (Bitcoins), ETH (Ethereum) nem LTC (Litecoin), que estão mais para lavagem de dinheiro do que propriamente moeda comercial, como a sociedade vai conviver com essa mudança que se avizinha?
Muitos exemplos podem ser listados. Contudo, esse universo de conceitos e aplicabilidades se ampliam para a indústria da logística e dos transportes. Até há muito pouco tempo, as indústrias viam seus produtos com uma visão míope no universo conceitual focado no conjunto construtivo tradicional. Hoje, e muito recentemente, se desperta para o compartilhamento de conceitos que antes eram vistos em separado e, às vezes, concorrentes.
Surge o trinômio ENERGIA – TRANSPORTE/LOGÍSTICA – TELEMÁTICA no conceito produtivo. São três tradicionais áreas que passam a trabalhar em estreita cooperação, adequando-se às constantes e permanentes mudanças. Energia limpa e autossustentável. Aumento de implementos de energia híbrida e de baixo custo. Transporte compartilhado, conectados, autônomos, abertos para as inovações vindouras. Telemática reunindo inteligência artificial, internet das coisas e novas plataformas de alta altitude substituindo satélites. Na Revolução Industrial, a locomotiva ferroviária foi o símbolo do avanço dos transportes naquela época, hoje o trinômio tem como representação o raio de luz. E assim vamos ao futuro!
O compartilhamento e a diversidade aumentam, cada vez mais, as incertezas de investimentos e começam a ameaçar a segurança monetária mundial, por outro lado, se apoderam, de maneira muito convincente e conveniente, de hábitos da sociedade e do mundo dos negócios.
Ou nos esforçamos para entrar nessa corrida tecnológica ou teremos que comprar, muito em breve, essas tecnologias de compartilhamentos e diversidades em alguma prateleira, sob o controle de alguns poucos.
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