quinta-feira, 7 de maio de 2020

TRANSPORTES: A INFRAESTRUTURA PÚBLICA

TRANSPORTES: A INFRAESTRUTURA PÚBLICA
Prof. Dr. Marcelo Augusto de Felippes


Na história recente, poucos governantes desafiaram o proselitismo e a hipocrisia do inchamento do Estado em detrimento aos investimentos fundamentais em infraestrutura de transporte em diferentes partes do mundo. 

Margareth Thatcher (Reino Unido) e Ronald Reagan (EUA) foram vozes que enfrentaram a atuação de grupos de interesses na esfrangalhada e denominada “Democracia dos Estados” que se auto alimentam de ineficácia, prestando serviços cada vez piores à população e deixando de realizar os necessários e imprescindíveis investimentos em infraestrutura de transportes. Nos Estados inchados os déficits fiscais tendem a crescer, sem planos e metas definidas, emergindo muito populismo. Mas quem paga tudo isso?

Não existem recursos públicos, mas sim os que vêm do bolso dos trabalhadores e das empresas, que têm por expectativa encontrar retornos que justifiquem as pesadas e onerosas cargas tributárias obrigatórias, que, na maioria das vezes, retiram toda e qualquer possibilidade de investimento do ente privado. 

As organizações e estruturas governamentais carecem de Tecnocracia. Urge a premente necessidade de a sociedade contar com pessoas em diferentes áreas legislativas, executivas e decisórias que conheçam o tema. A atividade de Transporte tem sido vítima permanente da falta de Tecnocracia e do excesso de Burocracia. Associações, agremiações e câmeras tem sido ainda a grande tábua de salvação para a sobrevivência da função Transporte.

A atividade de Transporte vem tomando seu rumo próprio na maioria dos países. Naqueles em que a sociedade se faz ouvir, a inteligência artificial vem ocupando o espaço de humanos e diminuindo a corrupção e desperdícios de tempo e recursos financeiros. Singapura, após a Segunda Guerra Mundial, era paupérrima e subordinada ao império Britânico. Hoje, rica e exemplo de eficiência estatal. Os países escandinavos, que até a década de 90 eram compostos de Estados inchados, hoje, um exemplo. O mais inebriante exemplo é o chinês, que vem mostrando um amadurecimento crescente em gestão estatal, destinando investimentos em infraestrutura de transporte, como o exemplo da “Rota da Seda 2”.

A evolução da gestão e a diminuição do Estado tiveram como consequências, nesses países, o aumento de infraestruturas públicas de transportes que se tornaram realidades em muito pouco tempo. 

Encerrando com William Shakespeare: “...o tempo é algo que não volta atrás, portanto plante seu jardim e decore sua alma ao invés de esperar que alguém lhe mande flores...”. 

As infraestruturas públicas de transportes do amanhã dependem das atitudes e decisões de hoje. Torna-se imperiosa a necessidade de representações parlamentares nos diferentes países que compõem a CIT, os quais sejam parte ou conhecedores da atividade de Transporte, para que possam defender os interesses da Sociedade em pró de políticas públicas que desenvolvam as necessárias infraestruturas. 

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