LOGÍSTICA APÓS COVID19: MUDANÇA NAS ATUAIS ESTRUTURAS GOVERNAMENTAIS
Prof. Dr, Marcelo Augusto de Felippes
As estruturas governamentais, em todos os níveis, não estão de acordo com a metodologia da logística aceita e utilizada por grande parte dos países. Não se trata de comentar sobre pessoas, pois acreditamos que temos os melhores profissionais em cada área abaixo citada e que estão fazendo um excelente trabalho, contudo observa-se a notória dificuldade em se efetivar pré e pró atividades e execuções de operações logísticas, que poderiam ser mais rápidas e simplificadas, quando há uma estrutura em harmonia e concordância às necessidades contemporâneas da sociedade.
O Manual de Campanha EB70- MC-10.238, 1a Edição, 2018, do Exército Brasileiro, descreve a doutrina de como deve ser a Logística Militar Terrestre.
No artigo 1.2.4, define que “ A “logística na medida certa consiste em configurar o apoio logístico de acordo com cada situação. Assim, a amplitude do Espaço de Batalha, bem como a necessidade de apoio às forças localizadas em outros espaços como Zona de Interior (ZI) e Território Nacional (TN), pode vir a exigir a descentralização seletiva de recursos.”.
Essa “logística na medida certa” deve ser capaz de prever e prover o apoio em materiais e serviços necessários para assegurar a essa força liberdade de ação, amplitude do alcance operativo e capacidade de durar na ação.
No artigo 3.1.1, explica que “ Função Logística é definida como a reunião, sob uma única designação, de um conjunto de atividades logísticas afins, correlatas ou de mesma natureza. Divide-se em: suprimento, manutenção, transporte (todos os tipos de modais e terminais), engenharia, recursos humanos, saúde e salvamento.
E continua no artigo 3.1.2 : “A execução das atividades relativas às diversas funções logísticas é garantida por meio da disponibilidade de informações logísticas em tempo real, com emprego de ferramentas de TIC – Tecnologia da Informação e Comunicação para apoiar a tomada de decisão. Tais recursos permitirão antecipar as necessidades dos elementos apoiados com oportunidade e precisão”. Assim, os militares entendem que seguindo os preceitos da doutrina conjunta e de acordo com os fundamentos para o Apoio Logístico, a execução é mais efetiva.
Para a caserna, as FUNÇÕES LOGÍSTICAS são: Função Logística Suprimento, Função Logística Manutenção, Função Logística Transporte , Função Logística Engenharia (Infraestrutura), Função Logística Salvamento , Função Logística Recursos Humanos e a Função Logística Saúde. A principal razão é ter uma unidade de metodologia e gestão, determinando a amplitude que se pode chegar. A Logística Militar não aceita achismo e nem politização de assuntos técnicos.. O planejamento logístico deve ser integrado e sincronizado. Todas as funções logísticas, para os militares, devem caminhar juntas e ninguém fica para trás.
A logística dos militares envolve, ainda, as atividades de Gestão Orçamentária e Financeira e de Apoio Jurídico, que têm por objetivo precípuo assessorar o processo decisório nos diversos níveis de execução do apoio logístico.
São preceitos da Logística Militar: Antecipação, Integração, Resiliência, Responsividade e Visibilidade.
Nada pode ser realizado sem a devida sustentabilidade orçamentária e financeira, com segurança jurídica das ações e a proteção das estruturas logísticas. As despesas orçamentárias debvem estar dentro de corretas fontes e o caminho burocrático não é rápido. Por esse motivo, uma visão de futuro deve ser factível e toda a contribuição de associações, como a Confederação Nacional de Transportes - CNT, por exemplo, e instituições de ensino, devem estar harmonizadas com a realidade socioeconômica do país.
O Brasil terá eleições municipais neste ano de 2020. Anos vindouros, estaduais e federais. Não se pode mais se prescindir de Secretarias de Logística e até mesmo de um Ministério da Logística. Somente assim, as diferentes funções logísticas poderão estar harmônicas e falarem um único idioma, não confundindo a população.
Prof. Dr. Marcelo Felippes es un cientista logístico, director de la Cámara Interamericana de Transportes - CIT y "senior fellow" de la Global Federation of Competetiviness Councils - GFCC - EE. UU., dedicó casi 40 años a la logística militar y 2 décadas a la enseñanza del transporte y logística en Brasil, EE.UU., América Latina, Europa y otros países. En este artículo, advierte sobre dificultad de operacionalizar planeamientos logísticos y respectivas ejecuciones con las actuales estructuras gubernamentales.
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